O futuro das profissões: irão os robôs e a inteligência artificial substituir os humanos? 

O avanço tecnológico em todas as áreas e profissões é inegável; muitas profissões tendem a desaparecer, outras a mudar significativamente e tantas outras a surgir. Dentre as profissões mais “tradicionais” esta realidade já se faz sentir. Daí vem a pergunta: médicos, dentistas, advogados, administradores, contabilistas estão com os dias contados? As profissões dos humanos serão substituídas pelos robôs e inteligência artificial? 

A resposta é: SIM e NÃO.  

A forma como estes profissionais atuam teve e cada vez mais terá de ser adaptada às novas tecnologias. Aqueles que resistirem tendem a ficar, muito rapidamente, obsoletos, significando, SIM, o declínio de suas carreiras e até mesmo o fim.  

Obviamente estas profissões não irão desaparecer, pois o componente humano é indissociável da ciência respectiva. Não há diagnóstico sem um médico ou veterinário; não há instalação de aparelhos sem dentistas, assim como não há defesa sem advogados, nem, tampouco empresas geridas sem humanos – ao menos por enquanto; quanto aos contabilistas, a questão é um pouco mais complexa, a depender do que vem por aí. 

O fato é que todos os profissionais devem acompanhar de perto estas inovações e o que vem a seguir; manter-se conectado, estudando e desenvolvendo novas habilidades (skills) se tornou obrigatório. Como exemplo na área jurídica ocorrerá em fevereiro um julgamento nos Estados Unidos onde a defesa será feita por um robô (saiba mais aqui1); o “réu” usará um par de AirPods nos ouvidos e dirá apenas o que a IA mandar durante o julgamento, por si ou por seu advogado (veja como será aqui2).  

Nas profissões da saúde os avanços são enormes. Robôs já fazem ou auxiliam em cirurgias há anos; a revolução está na fase diagnóstica, com uso de IA e “big data” para análise de exames, auxiliando na identificação das enfermidades e proposição de tratamentos assertivos e rápidos, aumentando as chances de cura (veja detalhes aqui3); o mesmo se diga na medicina veterinária, onde um aplicativo consegue analisar a pele e os olhos de animais e sugerir o problema encontrado (veja aqui4) e na odontologia onde tanto cirurgias quanto diagnósticos estão sendo revolucionados (olha só isso5). 

Dentro desta realidade o que se deve ter em mente e manter sempre em primeiro plano é a questão ética e moral; robôs providos de IA nada mais são que algoritmos matemáticos e grandes bases de dados, cujo treinamento se dá de forma contínua, motivo pelo qual há que se garantir o uso dentro de padrões e parâmetros aceitáveis, conforme a sociedade evolui; evitar “enviesamento” e discriminações, provenientes de estabelecimento de padrões que podem ser racistas, excludentes, discriminatórios. 

Para tanto a legislação e regulamentação devem avançar, dentro do possível, par e passo com os avanços tecnológicos – o que se mostra um desafio gigantesco. O Direito é uma ciência reativa, ou seja, a partir do comportamento humano se traçam as normas e regras de convivência, ao passo que a tecnologia é proativa e propositiva: o que hoje é novo, amanhã já não é mais. 

Como equalizar?  

Nós, seres humanos, somos a chave. O uso das tecnologias deve ser feito e incentivado, contudo, com critérios; o avanço das máquinas vem fechando postos de trabalho, gerando instabilidade de emprego e a hiper conectividade tem gerado problemas de saúde mental. O presente e o futuro serão assim, mas cabe a nós, humanidade, definir os rumos aceitáveis tendo como viés a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e inclusiva.  

Respondendo à pergunta do título: creio que não. É fato que humanos e máquinas trabalhando juntos geram mais eficiência e assertividade e isso não pode ser desprezado; porém, há limites que precisam ser respeitados, discrepâncias que precisam ser corrigidas e processos que devem ser monitorados. Só assim poderemos usufruir da capacidade humana de inovar sem que, como efeito colateral, esta mesma capacidade seja a ruína da sociedade. 

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